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Caro Amante E Estudioso da Arte Animada

Estamos no nosso 3o. ano de constante alimentação do nosso animado index, AdA, onde tivemos o apoio da Professora Dra. Índia Martins (UFF),...

Expressive Talking Heads: um estudo de fala e expressão facial em personagens

Tese de Doutorado
(indexada pela 1ªvez em 30/11/2011)

Autora: Paula Salgado Lucena Rodrigues
Instituição: PUC-Rio - Departamento de Informática
Programa: Departamento de Informática – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Orientador: Marcelo Gattass e Luis C. Velho
Ano: 2005
País: Brasil

Resumo
A face humana é interessante e desafiadora acima de tudo  pela sua familiaridade. Essencialmente, é a parte do  corpo  utilizada para reconhecer indivíduos. Assim como a face,  a  fala é um importante instrumento na forma de comunicação  do ser humano. Através da fala é possível externar  pensamentos e, muitas vezes, ela indica o estado de  ânimo  em que uma pessoa se encontra. Juntos, fala e face são  os  principais elementos de interatividade entre os seres  humanos. Contudo, reproduzir com naturalidade e  fidelidade  as peculiaridades destes dois elementos no universo  computacional não é uma tarefa simples, constituindo-se  em  tópicos de pesquisa em diversas áreas, em particular na  animação facial. Entre os diversos tipos de sistemas de  animação facial, destacam-se como diretamente  relacionados  a este trabalho aqueles que envolvem a sincronização da  fala de um personagem com a animação da sua face.  Sistemas  desse tipo são conhecidos como talking head ou talking  face. Para o desenvolvimento de um sistema talking head,  é  necessário identificar as possíveis abordagens para a  modelagem dos dois elementos básicos: fala e face. Os  modelos utilizados irão influenciar não apenas a maneira  como a animação é conduzida, mas a própria forma de  interatividade do sistema. Uma contribuição importante  deste trabalho é o estudo das possíveis abordagens e a  proposta de uma taxonomia para a classificação de  sistemas  talking head. A partir da taxonomia proposta e fazendo  uso  de uma determinada abordagem para cada parâmetro  analisado, foi desenvolvida uma aplicação que recebe  como  entrada um texto contendo a fala e anotações de  expressividade e gera como saída, em tempo real, a  animação de um personagem virtual enunciando o texto de  entrada com o áudio e os movimentos faciais  sincronizados.  O sistema desenvolvido, denominado Expressive Talking  Heads, explora a naturalidade da animação facial e ao  mesmo tempo busca oferecer ao usuário uma interface com  interatividade em tempo real. O Expressive Talking Heads  pode ser executado tanto no modo isolado (stand alone)  como acoplado a navegadores para a web, tendo sido  projetado e desenvolvido com a preocupação de oferecer  uma  solução independente da plataforma e do sistema  operacional utilizados.

Palavras-chave: computação gráfica, animação, animação de face

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A Arte da Animação Japonesa: em busca dos recursos gerativos de sentidos - recursos estéticos/efeitos estésicos

 

Dissertação de Mestrado
(indexado pela 1a. vez em 06/08/2013)


Autora: Marleide de Moura Rocha
InstituiçãoPontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP
ProgramaPós-Graduação em Comunicação e Semiótica
Orientador: Arlindo Machado
Ano: 2008

País: Brasil

Resumo

Essa pesquisa visa identificar e analisar os processos sincréticos geradores de sentidos intrínsecos nos intertextos presentes na linguagem audiovisual do desenho animado japonês, também conhecido como animê. Examinando os procedimentos interacionais, intersubjetivos, os percursos narrativos, enunciativos, principalmente os figurativos e passionais pretende-se determinar os regimes de sentidos explorados, bem como, a configuração de valores japoneses que passaram a percorrer o mundo com o animê. Esse trabalho tem seu início com abordagem diacrônica da arte da animação seguida da animação japonesa em seu desenvolvimento na constituição de uma estética com estilo e características próprias. A cultura pop japonesa vem conquistando pessoas e espaços culturais, sociais e midiáticos. Uma das manifestações dessa influência é a produção da franquia Matrix(1999). Os produtores da trilogia Matrix levaram efeitos visuais, sonoros e temporais dos animês para o texto fílmico. Esses efeitos, então, reproduzidos de volta ao animê em Animatrix (2003), receberam características estéticas e estésicas peculiares motivando esta pesquisa. Para estudo de caso foi selecionado o curta-metragem Program (Um Coração de Soldado) da obra Animatrix, com sete minutos de duração, dirigido por Yoshiaki Kawajiri. Animatrix é uma obra composta por nove desenhos em curta metragem, com todos os desenhos constituídos por discursos narrativos ligados aos da trilogia Matrix. Após estudos e análises desenvolvidas com o apoio dos conceitos, teorias e metodologia trabalhados por Algirdas Julien Greimas e seus colaboradores, foi possível determinar em Program características pertinentes contendo procedimentos significantes que permitem abordá-lo tanto como um agente programador, quanto como instância resultante dessa programação realizada pelo animê. Partindo do pressuposto de que a construção de sentido é inerente aos seres humanos, esse trabalho pretende a contribuir com o quadro teórico da Comunicação e Semiótica fornecendo subsídios como meios de acesso crítico para a apreciação estética dos textos audiovisuais através da arte da animação japonesa. Os encaminhamentos finais de nossa pesquisa apontam o desenho animado japonês como uma forma expressiva de comunicação de massa que reflete um contexto cultural complexo, variando em técnicas, temas, imagens, revelando uma estratégia de programação do ser social contemporâneo calcado à uma tradição milenar


Palavras-chaveCinema, Animação, Animação Japonesa, Design

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O Cinema de Animação no RS e os Animadores Argentinos

 

Artigo Acadêmico
(indexado pela 1a. vez em 12/03/2013)


Autores: Carla Schneider, Paula Di Palma Back, Isadora Ebersol e Eduardo Rodrigues de Souza
InstituiçãoUniversidade Federal de Pelotas, UFPel
Publicado em: Orson - Revista dos Cursos de Cinema do CEARTE, ed. 1, pp. 178-181.
Ano: 2011
País: Brasil

Resumo

O resgate histórico sobre os primórdios do cinema de animação no âmbito global, nacional e regional (leia-se: mundo, Brasil e Rio Grande do Sul) já contam com registros em livros e filmes. Alberto Lucena Jr (2005), por exemplo, descreve sobre aparelhos como o fenaquistoscópio de Joseph Plateau (1832), o zootroscópio de William Horner (1834), o praxinoscópio de Émile Reynaud (1892), além do cinetógrafo de Thomas Edison (1888). Contudo, é quando surge o cinematógrafo dos Irmãos Lumière (1895) que inicia-se o desenvolvimento da linguagem cinematográfica. É neste cenário histórico que o cinema de animação conta com a inventividade observada em filmes como Humourous Phases of Funny Faces (James Stuart Blackton, 1906) e Fantasmagorie (Émile Cohl, 1908). Ambos valemse do efeito “pausa na filmagem” (stop motion), truque descoberto por acaso por Georges Méliès quando da falha operacional do cinematógrafo (BERNARDET, 1986).

No contexto nacional, Antônio Moreno (1978) associa o  ano de 1917 com a primeira produção de filme animado, o curta-metragem O Kaiser, de autoria do cartunista Seth. Já no Rio Grande do Sul, o documentário Pioneiros do cinema gaúcho de animação (Norton Simões, Luiza Tigre, 2008) identifica 1947 como o ano de abertura de estúdio dedicado à produção de desenhos animados, o Animatographia Filmes que encerra as suas atividades após incêndio com perda total. O mesmo documentário destaca que as décadas de 50, 60 e 70 contém alguns registros de filmes animados por Nelson França Furtado, Moacyr Flores e Edson Acri. Entretanto, há relatos informais feitos por profissionais do cinema de animação, mencionando a presença de pelo menos três animadores argentinos (em território gaúcho) durante as décadas de 80 e 90: Felix Follonier, Jaime Diaz e Néstor Córdoba. Felix Follonier abriu, no centro de Porto Alegre, o curso de desenho animado, Cartoon International, no qual Néstor Córdoba era professor.

A inexistência de registros sobre o intercâmbio de conhecimento entre os professores argentinos e os estudantes gaúchos configurou-se como o estímulo inicial para esta pesquisa que objetiva contribuir para o registro histórico sobre o cinema de animação no Rio Grande do Sul e responder a pergunta: teriam os argentinos, através destas experiências compartilhadas durante as décadas de 80 e 90, influenciado no desenvolvimento do cinema gaúcho de animação?

Palavras-chaveCinema de Animação, Historiografia, Brasil, Argentina, Rio Grande do Sul, Educação

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Valsa com Bashir

 

Resenha de Filme em Revista On-line
(indexado pela 1a. vez em 03/02/2013)


Autor: Eliane Gordeeff
RevistaEducação Pública
ÓrgãoFundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Ano: 2009

País: Brasil

Desde 3 de abril, está em cartaz no circuito brasileiro Valsa com Bashir, um documentário em longa-metragem sobre o massacre de palestinos durante a guerra entre Israel e Líbano ocorrida em 1982. Produção franco-germano-israelense, dirigido por Ari Folman, o filme tem sido destaque ao redor do mundo não só pelo seu resultado final (como obra cinematográfica e pelo roteiro bem resolvido), mas principalmente pela escolha da linguagem gráfica utilizada. Folman utilizou animação para retratar os horrores da guerra, resgatados a partir de suas próprias lembranças e de depoimentos de sete colegas do exército.

Conhecido como “Guerra do Líbano”, o conflito foi iniciado com a invasão do Líbano por Israel, em junho de 1982, e culminou com o massacre de cerca de 3.000 refugiados palestinos. Estes, em sua maioria crianças, idosos e mulheres, estavam nos campos de Sabra e Chatila e foram mortos pelos “falangistas” cristãos.

Os objetivos israelenses eram eliminar o risco de o norte do país ser alvo de mísseis e garantir Bashir Gemayel, líder cristão e aliado político, como presidente do Líbano. Em agosto, às portas de Beirute, enquanto o exército israelense aguardava o comando para entrar na cidade, os combatentes palestinos foram evacuados em navios para Tunísia. No mesmo período, Bashir Gemayel foi eleito presidente, mas logo depois foi assassinado numa explosão enquanto discursava no quartel falangista em Beirute.

Ao cair da noite, em represália, as milícias cristãs entraram nos campos de refugiados palestinos. Por dois dias inteiros foram ouvidos tiros incessantes vindos dessas regiões, iluminadas à noite pelos fogos de comunicação israelenses. O massacre só chegou ao fim quando mulheres sobreviventes se projetaram sobre as forças israelenses que cercavam a cidade e a imprensa internacional tomou conhecimento do fato.

Esses tristes acontecimentos estão documentados em Valsa com Bashir, do ponto de vista dos jovens soldados israelenses enviados para a guerra. A história se desenrola a partir de um encontro num bar entre Ari Folman, personagem principal do documentário, e um amigo. Ele conta a respeito de um sonho recorrente sobre o período do conflito. Porém o sonho, como todo sonho, era confuso, em flashes, e não fazia muito sentido. Outra coisa que o incomodava era o fato de não se recordar de qualquer episódio vivido por ele no durante a guerra do Líbano, por mais que se esforçasse. Aconselhado pelo amigo, Ari começa a contactar outros ex-combatentes, colegas seus, à procura das próprias lembranças.

Intercalando depoimentos, sonhos e as lembranças que vão emergindo de sua mente, Folman conta a história de forma cronológica e documenta não só os fatos mas também a construção de suas recordações.

Todas as cenas são feitas em animação – desde os sonhos até os ataques aéreos. Mesclando desenhos em 2D e 3D, utilizando traços de contornos grossos, marcantes e cores chapadas, a produção possui uma estética gráfica influenciada pelos quadrinhos de Art Spiegelman.

As cenas de guerra, coloridas, acompanhadas por uma forte trilha sonora punk - que lembra um ambiente psicodélico, ligadão -, são seguidas por outras com estética mais limpa, em que predominam cores frias, tons pastéis, quase sem ruídos – cenas que remetem à ressaca pós-droga. A maneira como os fatos são apresentados é uma viagem através das imagens marcantes dos desenhos, de onde, ao final, o espectador é despertado de forma definitiva (não vale contar o final do filme). É uma alusão ao choque de consciência resultante da tomada de conhecimento quanto aos fatos da guerra (e talvez das consequências do uso de drogas), fazendo um paralelo com o despertar das lembranças do próprio Ari Folman.

É uma verdadeira graphic novel, tão atrativa ao público jovem quanto as HQs. Segundo o próprio diretor – em sua entrevista para o Cahiers du Cinéma -, o objetivo era mesmo atrair a atenção dos mais jovens para o assunto, mas sem a idolatria à imagem do soldado poderoso e heroico, tão comum nos filmes estadunidenses. O objetivo era justamente o oposto: um documentário sobre a guerra, porém contra a guerra, contando inclusive as consequências dela nas vidas dos sobreviventes.

Como linguagem documental, o filme segue a vertente da participação do documentarista na história. Ele apresenta não só os fatos históricos de guerra (durante as narrativas dos combatentes) mas também estados de consciência e sonhos do protagonista/diretor. A utilização da linguagem animada é especialmente positiva nesses momentos, já que a expressividade de sensações encontra sintonia com o lirismo dos desenhos. A possibilidade surreal da animação merece destaque em dois momentos: durante a descrição de um estado de embriaguez de Folman, pouco depois do embarque dos soldados para o Líbano, onde ele se sente como que levado sobre a barriga de uma mulher através dos mares; e na cena da chegada a Beirute, em que um soldado israelense dança numa das ruas da cidade, disparando uma metralhadora, tendo o cartaz de Bashir Gemayel ao fundo. O documentário recebeu indicação para o Oscar 2009 e ganhou o Globo de Ouro e o Festival de Cannes – era o único concorrente longa em animação.

Quanto à utilização das técnicas de animação, Valsa com Bashir merece algumas ressalvas na exatidão da representação de alguns movimentos (um tanto duros), no timing, mas essas imperfeições não afetam ou diminuem a força das imagens, que parecem fazer parte de um estilo da direção de arte composto para a narrativa.

Ari Folman tem sido apontado erroneamente como o criador de um “subgênero de documentário”: o documentário animado. Assim como contar fatos através da animação é muito mais comum e antigo que o alcance da lembrança da maioria dos críticos de cinema, a animação enquanto linguagem não é subgênero de qualquer outro gênero de cinema tipo vida-real. Winson McCay já registrava em seus desenhos (1918) o naufrágio do Lusitânia, ocorrido em 1915, já que na época não havia registro de imagem real de acidentes.

A utilização de animação para retratar o mundo o imaginário ou lembranças é mais usual ainda. No Brasil temos dois exemplos marcantes: a sequência da lembrança da infância do personagem André (Lázaro Ramos), no filme O Homem que Copiava (2003), de Jorge Furtado, e a primeira cena da novela Bang Bang (Rede Globo, 2006), que contava um fato passado (o assassinato de uma família) que deu origem a uma vingança, conflito principal da trama.

O valor e o destaque a serem dados a Ari Folman devem-se ao fato de ele ter conseguido utilizar a animação de forma impactante, integrando forma, conteúdo e o meio (veículo), de maneira que sua mensagem pôde ser transmitida o mais completamente possível em termos narrativos e audiovisuais. E ele não teve pudores em escolher a linguagem da animação para alcançar seu objetivo.

Valsa com Bashir foi transformado em HQ, lançada no Brasil pela L&PM.

Palavras-chave: Documentário, Rotoscopia, Graphic Novel, Guerra

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O Meta Espetáculo: o corpo em A Pesar de Todo

 

Artigo Acadêmico
(indexado pela 1a. vez em 31/01/2013)


Autora: Eliane Gordeeff
Publicado em: Revista Estúdio, vol.3 (5): 37-42
Ano: 2012
País: Brasil

Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar como uma obra de animação nos fornece imagens de profundo apelo emocional, através de sua materialidade. A obra em questão é o curta-metragem A Pesar de Todo (2003), do animador de stop motion uruguaio Walter Tournier, que em certos momentos propicia a semelhança de um espetáculo teatral, efeito produzido por uma falta de diegetização – onde o boneco “vive” no mesmo plano da realidade de seu animador. É um protesto contra a guerra.

Palavras-chave: Cinema, Animação, Stop Motion, Corporalidade, Materialidade, Teatro

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