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Caro Amante E Estudioso da Arte Animada

Estamos no nosso 3o. ano de constante alimentação do nosso animado index, AdA, onde tivemos o apoio da Professora Dra. Índia Martins (UFF),...

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"Eu e o Câncer, o Câncer e Eu" - A ética no documentário animado

   

Trabalho de Conclusão de Curso

Nome: Rita Martins Vilela
Instituição: 
UFPel - Universidade Federal de Pelotas
Programa: Curso Cinema de Animação - Centro de Artes
Orientadora: Ivonete Pinto
Ano: 2022
País: Brasil

Resumo
Este artigo busca desenvolver uma reflexão sobre a produção de um documentário parcialmente animado e sua relação com a ética durante todas as etapas de produção, desde o tratamento com a atriz social em questão quanto na pós-produção. Como embasamento, foram utilizados teóricos do cinema documentário e animação que analisam as possibilidades do cinema como forma de comunicação, alinhando tais conteúdos à ética.

Palavras-chave: Cinema, Documentário, Animação, Ética, TCC.


Abstract
This article intends to develop a reflection on the production of a partially animated documentary and its relationship with ethics during all stages of production, from the treatment with the social actress to post-production. As a basis, theorists of documentary and animation cinema were used, who analyze the possibilities of cinema as a form of communication, aligning this contents with ethics.


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O Documentário em Animação: tenuidade e simbiose entre ficção e não ficção

 

Tese de Doutorado

Nome: Ana Cláudia de Freitas Resende
Instituição: UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais - Escola de Belas Artes
Programa: Programa de Pós-Graduação em Artes
Orientadora: Ana Lucia Menezes de Andrade
Ano: 2014
País: Brasil


Resumo
Por meio da reflexão e análise dos filmes Ryan (2004), Persépolis (2007) e Valsa com Bashir (2008), realizados em animação e que se aproximam das combinatórias narrativas do documentário, esta tese se concentra na imbricação de modalidades aparentemente tão diversas, buscando compreender um novo estilo de documentário em animação contemporâneo. A partir da extensão do olhar para os (im)possíveis limites entre ficção e não ficção, fundamenta-se em relevantes teóricos do cinema (Grierson, Nichols, Rabiger, Comparato, Da-Rin, Ramos, Carroll), a fim de apontar as novas possibilidades que a animação pode oferecer ao documentário e vice-versa. Ao longo deste estudo, propõe um termo substituto ao documentário, cuja denominação é marcada por controvérsias, desde sua gênese. Para uma compreensão ampliada e interdisciplinar, estabelece uma correlação com a análise do discurso e as identidades do narrador (Charaudeau), bem como com os estudos sobre narrativa de vida como estratégia discursiva, que mistura ficção e não ficção (Amossy, Arfuch, Machado, entre outros). A fim de compreender as atuais demandas da sociedade, que se refletem nas artes, analisa-se, também, o contexto (Santos) em que o documentário em animação estaria inserido. Constata-se que a associação entre o documentário e a animação estabelece uma relação mutuamente vantajosa entre essas modalidades, colocando em xeque os limites, ao mesmo tempo, tênues e simbióticos entre os universos ficcional e não ficcional.

Palavras-chave: Análise do discurso narrativo, Animação, Documentário, Tese.


Abstract
Through reflection and analysis of films Ryan (2004), Persepolis (2007) and Waltz With Bashir (2008), made in animation, and that approach of combining narratives of documentary, this thesis focuses on the nesting modalities seemingly diverse, trying to understand a new style of contemporary animated documentary. From the extended look at the (im)possible boundaries between fiction and nonfiction, it is based on relevant film theorists (Grierson, Nichols, Rabiger, Comparato, Da-Rin, Ramos, Carroll) in order to point out the new possibilities that animation can offer to the documentary and vice versa. Throughout this study, we propose a substitute term for the documentary, which name is marked by controversy, since its genesis. For a larger and interdisciplinary understanding, establishing a correlation between the discourse analysis and the narrators identity (Charaudeau), as well as studies on narrative of life as a discursive strategy that mixes fiction and nonfiction (Amossy, Arfuch, Machado, among others). In order to understand the current demands of society, which are reflected in the arts, we also analyze the context (Santos) that the animated documentary would be inserted in. It seems that the association between documentary and the animation establishes a mutually beneficial relationship between these modalities, jeopardizing the limits, at the same time, subtle and symbiotic between the fictional and non fictional universes.

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O Documentário Animado e a Leitura Não-ficcional da Animação

Dissertação de Mestrado
(indexada pela 1ªvez em 16/12/2013)
Nome: Jennifer Jane Serra
Instituição: Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP. Instituto de Artes
Programa: Programa de Pós-Graduação em Multimeios 
Orientador: Marcius Cesar Soares Freire
Ano: 2011
País: Brasil

Resumo
Esta pesquisa teve por finalidade analisar os mecanismos através dos quais filmes de animação podem ser vistos pelo espectador a partir de uma leitura documental e como a animação pode ser utilizada como estratégia discursiva em filmes documentários. Para tanto, delimitou-se como objeto de análise filmes classificados, tanto por seus realizadores como por instituições relacionadas ao campo do cinema, como "documentário animado" e utilizou-se a abordagem Semiopragmática do filme para analisar esse tipo de produção com base no conceito de "modo de leitura documentarizante" proposta pelo teórico Roger Odin. O corpus fílmico para esta análise foi composto pelos seguintes filmes: Silence (Sylvie Bringas e Orly Yadin, Inglaterra, 1998); A is for Autism (Tim Webb, Inglaterra, 1992); Animated Minds (Andy Glynne, Inglaterra, 2003 e 2008); Revolving Door (Alexandra e David Beesley, Austrália, 2006); Dossiê Rê Bordosa (Cesar Cabral, Brasil, 2008); O Divino, De Repente (Fábio Yamaji, Brasil, 2009). A análise desses filmes, em particular, e de outros documentários de animação permitiu visualizar que a leitura de um documentário articula operações e processos de produção de sentido e afetos concernentes tanto ao campo do cinema documentário quanto do cinema de animação. Em documentários animados, as operações do processo de leitura são suscitadas por estratégias narrativas próprias da animação, tais como metamorfose, simbolismo, performance, etc., e a leitura documentarizante pode ser conduzida por instruções que não recaem apenas sobre aspectos estilísticos do documental, mas também sobre elementos narrativos da animação. Além disso, a animação tem o poder de tornar visível o que não pode ser captado pelo olhar humano e pela câmera, tornando-se uma poderosa ferramenta para expor sentimentos, pensamentos e idéias e para explorar temas através de uma abordagem subjetiva. A união entre animação e narrativa documental no documentário animado, entretanto, é carregada de tensão, especialmente porque a animação é tradicionalmente associada ao universo do "faz de conta" e sua natureza subjetiva entra em conflito com a visão tradicional do documentário como sendo um relato objetivo sobre o real e relacionado aos discursos científicos. No processo de leitura de um documentário animado essa tensão está presente e é uma de suas particularidades. A natureza aparentemente contraditória da junção entre animação e documentário chama a atenção do espectador para novas possibilidades de representação do mundo histórico que não apenas os modos já estabelecidos de narrativa documental e suscita a reflexão sobre a abordagem das questões envolvidas nas asserções apresentadas pelo filme.

Palavras-chave: Documentário, Animação, Cinema - Semiótica

Abstract
This research aims to examine how the viewer can read animated films through a documentary reading and how animation can be used as a discursive strategy by documentary films. For this purpose, films classified - by their makers or institutions related to the cinema field - as "animated documentary" were chosen and used under the Semio-Pragmatic approach. The objective is to analyze this kind of production based on the concept of "documentarizing mode of reading" proposed by theorist Roger Odin. The set of films for this analysis consists of: Silence (Orly Yadin and Sylvie Bringas, England, 1998), A is for Autism (Tim Webb, England, 1992); Animated Minds (Andy Glynne, England, 2003 and 2008); Revolving Door (Alexandra and David Beesley, Australia, 2006); The Rê Bordosa Dossier (Cesar Cabral, Brazil, 2008), O Divino, De Repente (Fábio Yamaji, Brazil, 2009). The analysis of these films and other animated documentaries shows that the reading of an animated documentary articulates operations and production of meaning and affects related to both the fields of documentary and animation. The operations of the reading process of an animated documentary are raised by animation's narrative strategies, such as metamorphosis, symbolism, performance, etc., and the documentarizing reading can be produced by elements concerned to stylistic aspects of the documentary, but also based on elements of animation. In addition, animation has the power to make visible what is invisible to the human eye and to the camera, making the animated documentary a powerful tool to reveal feelings, thoughts and ideas and to explore issues through a subjective approach. The relationship between animation and documentary narrative in the animated documentary, however, has a tension. Because animation is traditionally associated with the fairytale world and it has a subjective nature it conflicts with the vision of the documentary as an objective narrative about the real and related to scientific discourses. In the process of the animated documentary reading this tension is present and one of its peculiarities. The contradictory nature of the junction between animation and documentary draws to the viewer the attention for new possibilities of representations about the historical world beyond the established modes of documentary narrative and it raises the viewer's reflection about the approach of the issues involved in the assertions made by the film.

Keywords: Documentary moving-pictures, Animation (Cinematography), Motion pictures - Semiotics 

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Valsa com Bashir

 

Resenha de Filme em Revista On-line
(indexado pela 1a. vez em 03/02/2013)


Autor: Eliane Gordeeff
RevistaEducação Pública
ÓrgãoFundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Ano: 2009

País: Brasil

Desde 3 de abril, está em cartaz no circuito brasileiro Valsa com Bashir, um documentário em longa-metragem sobre o massacre de palestinos durante a guerra entre Israel e Líbano ocorrida em 1982. Produção franco-germano-israelense, dirigido por Ari Folman, o filme tem sido destaque ao redor do mundo não só pelo seu resultado final (como obra cinematográfica e pelo roteiro bem resolvido), mas principalmente pela escolha da linguagem gráfica utilizada. Folman utilizou animação para retratar os horrores da guerra, resgatados a partir de suas próprias lembranças e de depoimentos de sete colegas do exército.

Conhecido como “Guerra do Líbano”, o conflito foi iniciado com a invasão do Líbano por Israel, em junho de 1982, e culminou com o massacre de cerca de 3.000 refugiados palestinos. Estes, em sua maioria crianças, idosos e mulheres, estavam nos campos de Sabra e Chatila e foram mortos pelos “falangistas” cristãos.

Os objetivos israelenses eram eliminar o risco de o norte do país ser alvo de mísseis e garantir Bashir Gemayel, líder cristão e aliado político, como presidente do Líbano. Em agosto, às portas de Beirute, enquanto o exército israelense aguardava o comando para entrar na cidade, os combatentes palestinos foram evacuados em navios para Tunísia. No mesmo período, Bashir Gemayel foi eleito presidente, mas logo depois foi assassinado numa explosão enquanto discursava no quartel falangista em Beirute.

Ao cair da noite, em represália, as milícias cristãs entraram nos campos de refugiados palestinos. Por dois dias inteiros foram ouvidos tiros incessantes vindos dessas regiões, iluminadas à noite pelos fogos de comunicação israelenses. O massacre só chegou ao fim quando mulheres sobreviventes se projetaram sobre as forças israelenses que cercavam a cidade e a imprensa internacional tomou conhecimento do fato.

Esses tristes acontecimentos estão documentados em Valsa com Bashir, do ponto de vista dos jovens soldados israelenses enviados para a guerra. A história se desenrola a partir de um encontro num bar entre Ari Folman, personagem principal do documentário, e um amigo. Ele conta a respeito de um sonho recorrente sobre o período do conflito. Porém o sonho, como todo sonho, era confuso, em flashes, e não fazia muito sentido. Outra coisa que o incomodava era o fato de não se recordar de qualquer episódio vivido por ele no durante a guerra do Líbano, por mais que se esforçasse. Aconselhado pelo amigo, Ari começa a contactar outros ex-combatentes, colegas seus, à procura das próprias lembranças.

Intercalando depoimentos, sonhos e as lembranças que vão emergindo de sua mente, Folman conta a história de forma cronológica e documenta não só os fatos mas também a construção de suas recordações.

Todas as cenas são feitas em animação – desde os sonhos até os ataques aéreos. Mesclando desenhos em 2D e 3D, utilizando traços de contornos grossos, marcantes e cores chapadas, a produção possui uma estética gráfica influenciada pelos quadrinhos de Art Spiegelman.

As cenas de guerra, coloridas, acompanhadas por uma forte trilha sonora punk - que lembra um ambiente psicodélico, ligadão -, são seguidas por outras com estética mais limpa, em que predominam cores frias, tons pastéis, quase sem ruídos – cenas que remetem à ressaca pós-droga. A maneira como os fatos são apresentados é uma viagem através das imagens marcantes dos desenhos, de onde, ao final, o espectador é despertado de forma definitiva (não vale contar o final do filme). É uma alusão ao choque de consciência resultante da tomada de conhecimento quanto aos fatos da guerra (e talvez das consequências do uso de drogas), fazendo um paralelo com o despertar das lembranças do próprio Ari Folman.

É uma verdadeira graphic novel, tão atrativa ao público jovem quanto as HQs. Segundo o próprio diretor – em sua entrevista para o Cahiers du Cinéma -, o objetivo era mesmo atrair a atenção dos mais jovens para o assunto, mas sem a idolatria à imagem do soldado poderoso e heroico, tão comum nos filmes estadunidenses. O objetivo era justamente o oposto: um documentário sobre a guerra, porém contra a guerra, contando inclusive as consequências dela nas vidas dos sobreviventes.

Como linguagem documental, o filme segue a vertente da participação do documentarista na história. Ele apresenta não só os fatos históricos de guerra (durante as narrativas dos combatentes) mas também estados de consciência e sonhos do protagonista/diretor. A utilização da linguagem animada é especialmente positiva nesses momentos, já que a expressividade de sensações encontra sintonia com o lirismo dos desenhos. A possibilidade surreal da animação merece destaque em dois momentos: durante a descrição de um estado de embriaguez de Folman, pouco depois do embarque dos soldados para o Líbano, onde ele se sente como que levado sobre a barriga de uma mulher através dos mares; e na cena da chegada a Beirute, em que um soldado israelense dança numa das ruas da cidade, disparando uma metralhadora, tendo o cartaz de Bashir Gemayel ao fundo. O documentário recebeu indicação para o Oscar 2009 e ganhou o Globo de Ouro e o Festival de Cannes – era o único concorrente longa em animação.

Quanto à utilização das técnicas de animação, Valsa com Bashir merece algumas ressalvas na exatidão da representação de alguns movimentos (um tanto duros), no timing, mas essas imperfeições não afetam ou diminuem a força das imagens, que parecem fazer parte de um estilo da direção de arte composto para a narrativa.

Ari Folman tem sido apontado erroneamente como o criador de um “subgênero de documentário”: o documentário animado. Assim como contar fatos através da animação é muito mais comum e antigo que o alcance da lembrança da maioria dos críticos de cinema, a animação enquanto linguagem não é subgênero de qualquer outro gênero de cinema tipo vida-real. Winson McCay já registrava em seus desenhos (1918) o naufrágio do Lusitânia, ocorrido em 1915, já que na época não havia registro de imagem real de acidentes.

A utilização de animação para retratar o mundo o imaginário ou lembranças é mais usual ainda. No Brasil temos dois exemplos marcantes: a sequência da lembrança da infância do personagem André (Lázaro Ramos), no filme O Homem que Copiava (2003), de Jorge Furtado, e a primeira cena da novela Bang Bang (Rede Globo, 2006), que contava um fato passado (o assassinato de uma família) que deu origem a uma vingança, conflito principal da trama.

O valor e o destaque a serem dados a Ari Folman devem-se ao fato de ele ter conseguido utilizar a animação de forma impactante, integrando forma, conteúdo e o meio (veículo), de maneira que sua mensagem pôde ser transmitida o mais completamente possível em termos narrativos e audiovisuais. E ele não teve pudores em escolher a linguagem da animação para alcançar seu objetivo.

Valsa com Bashir foi transformado em HQ, lançada no Brasil pela L&PM.

Palavras-chave: Documentário, Rotoscopia, Graphic Novel, Guerra

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A Animação como Estratégia Narrativa em Dois Documentários Brasileiros

  

Artigo Acadêmico
(indexado pela 1a. vez em 31/01/2013)


Autora: India Mara Martins
InstituiçãoUFF em Tecnológico de Monterrey
Publicado em: Razón y Palabra - Cine Brasileño, n. 76, mayo - julio 2011.
Ano: 2011
País: Brasil

Resumo

O  objetivo deste artigo é investigar as estratégias narrativas utilizadas em dois recentes
documentários animados brasileiros: Botinada! A Origem do Punk no Brasil (Gastão
Moreira, 2006), e Dossiê Rê Bordosa (César Cabral, 2008). O primeiro apresenta um
estilo que mistura imagens de ação viva (live-action), material de arquivo e animação,
para representar situações cômicas relatadas pelos entrevistados. O segundo é realizado
totalmente em animação, utilizando a técnica de stop motion e se propõe a investigar o
que levou um dos maiores cartunistas brasileiros, Angeli, a "matar" a Rê Bordosa, uma
de suas mais importantes personagens. O filme também apresenta entrevistas, mas
apenas a fala dos entrevistados é referencial, já que sua imagem é representada por
bonecos que têm a estética dos cartoons de Angeli. 

Palavras-chave: Cinema, Documentário, Animação

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