Revista: Filme Cultura / CTAv
Instituição: CTAv - Jul-Ago-Set / 2013 , p. 54-59. ISSN 2177-3912
Ano: 2013
País: Brasil
Resumo
Estamos no nosso 3o. ano de constante alimentação do nosso animado index, AdA, onde tivemos o apoio da Professora Dra. Índia Martins (UFF),...
O que faz um filme de animação ser classificado como bom? Essa foi uma das perguntas que vieram a minha cabeça nos últimos meses, desde as primeiras imagens de divulgação de Rio, filme produzido pela Blue Sky e dirigido pelo brasileiríssimo Carlos Saldanha.
Essa preocupação nasceu, entre outras coisas, pelo grande frisson causado tanto pela mídia quanto pelos fãs de animação. Muitos ficavam impressionados ao ver imagens de locais do Rio de Janeiro, como o Cristo Redentor, o Pão de Açúcar, o calçadão de Copacabana, o Jardim Botânico, o Sambódromo e tantos outros pontos da Cidade Maravilhosa reconstruídos em computação gráfica. Temia que Rio fosse considerado um ótimo filme apenas por sua técnica e que sua história (pouco divulgada) não fosse tão boa assim.
Mas o temor já caiu por terra nos primeiros minutos de filme. Rio não falaria apenas de samba e Carnaval (forma escolhida por Disney para apresentar a Cidade Maravilhosa ao mundo na década de 1940), mas também viria tratar de outros assuntos importantes, como a preservação das espécies e até mesmo de questões de natureza social. [...]
Palavras-chave: Animação Brasileira, Rio, Animação 3D, Carlos Saldanha.
"Senhoras e senhores, eis a produção do primeiro longa-metragem de animação brasileiro. É um trabalho árduo, mas Deus é brasileiro e vamos conseguir.
Assim começa Sinfonia Amazônica, o primeiro longa-metragem brasileiro de animação, que estreou nos cinemas em 1953 e que foi exibido na edição de 2009 do festival Anima Mundi, em uma homenagem aos irmãos Latini. Em 2008, o longa foi exibido na Cinemateca do MAM pelo Cineclube Brasilis.
Logo no início do filme, o espectador é apresentado a um pequeno making of da produção. Nele vemos o desenhista Anélio Latini Filho, fascinado pela arte da animação, produzindo sozinho todos os elementos da produção: cenários, personagens, animações... Foram aproximadamente quinhentos mil desenhos produzidos diariamente das 8 da manhã até as 4 da madrugada do dia seguinte, durante quase seis anos, e muita boa vontade para produzir o longa que conta a história de sete lendas amazônicas, entre elas a do choro do Urutau, que deu origem ao Rio Amazonas, e a do surgimento da noite. [...]"
Palavras-chave: Animação brasileira, Sinfonia Amazônica, Nélio Lattine.