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Seja bem vindo! Nosso 4o. ano de alimentação contínua do nosso animado index, AdA, mantemos a equipe com os Professores doutores Carla Schn...

O Cinema de Animação no RS e os Animadores Argentinos

 

Artigo Acadêmico
(indexado pela 1a. vez em 12/03/2013)


Autores: Carla Schneider, Paula Di Palma Back, Isadora Ebersol e Eduardo Rodrigues de Souza
InstituiçãoUniversidade Federal de Pelotas, UFPel
Publicado em: Orson - Revista dos Cursos de Cinema do CEARTE, ed. 1, pp. 178-181.
Ano: 2011
País: Brasil

Resumo

O resgate histórico sobre os primórdios do cinema de animação no âmbito global, nacional e regional (leia-se: mundo, Brasil e Rio Grande do Sul) já contam com registros em livros e filmes. Alberto Lucena Jr (2005), por exemplo, descreve sobre aparelhos como o fenaquistoscópio de Joseph Plateau (1832), o zootroscópio de William Horner (1834), o praxinoscópio de Émile Reynaud (1892), além do cinetógrafo de Thomas Edison (1888). Contudo, é quando surge o cinematógrafo dos Irmãos Lumière (1895) que inicia-se o desenvolvimento da linguagem cinematográfica. É neste cenário histórico que o cinema de animação conta com a inventividade observada em filmes como Humourous Phases of Funny Faces (James Stuart Blackton, 1906) e Fantasmagorie (Émile Cohl, 1908). Ambos valemse do efeito “pausa na filmagem” (stop motion), truque descoberto por acaso por Georges Méliès quando da falha operacional do cinematógrafo (BERNARDET, 1986).

No contexto nacional, Antônio Moreno (1978) associa o  ano de 1917 com a primeira produção de filme animado, o curta-metragem O Kaiser, de autoria do cartunista Seth. Já no Rio Grande do Sul, o documentário Pioneiros do cinema gaúcho de animação (Norton Simões, Luiza Tigre, 2008) identifica 1947 como o ano de abertura de estúdio dedicado à produção de desenhos animados, o Animatographia Filmes que encerra as suas atividades após incêndio com perda total. O mesmo documentário destaca que as décadas de 50, 60 e 70 contém alguns registros de filmes animados por Nelson França Furtado, Moacyr Flores e Edson Acri. Entretanto, há relatos informais feitos por profissionais do cinema de animação, mencionando a presença de pelo menos três animadores argentinos (em território gaúcho) durante as décadas de 80 e 90: Felix Follonier, Jaime Diaz e Néstor Córdoba. Felix Follonier abriu, no centro de Porto Alegre, o curso de desenho animado, Cartoon International, no qual Néstor Córdoba era professor.

A inexistência de registros sobre o intercâmbio de conhecimento entre os professores argentinos e os estudantes gaúchos configurou-se como o estímulo inicial para esta pesquisa que objetiva contribuir para o registro histórico sobre o cinema de animação no Rio Grande do Sul e responder a pergunta: teriam os argentinos, através destas experiências compartilhadas durante as décadas de 80 e 90, influenciado no desenvolvimento do cinema gaúcho de animação?

Palavras-chaveCinema de Animação, Historiografia, Brasil, Argentina, Rio Grande do Sul, Educação

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Valsa com Bashir

 

Resenha de Filme em Revista On-line
(indexado pela 1a. vez em 03/02/2013)


Autor: Eliane Gordeeff
RevistaEducação Pública
ÓrgãoFundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Ano: 2009

País: Brasil

Desde 3 de abril, está em cartaz no circuito brasileiro Valsa com Bashir, um documentário em longa-metragem sobre o massacre de palestinos durante a guerra entre Israel e Líbano ocorrida em 1982. Produção franco-germano-israelense, dirigido por Ari Folman, o filme tem sido destaque ao redor do mundo não só pelo seu resultado final (como obra cinematográfica e pelo roteiro bem resolvido), mas principalmente pela escolha da linguagem gráfica utilizada. Folman utilizou animação para retratar os horrores da guerra, resgatados a partir de suas próprias lembranças e de depoimentos de sete colegas do exército.

Conhecido como “Guerra do Líbano”, o conflito foi iniciado com a invasão do Líbano por Israel, em junho de 1982, e culminou com o massacre de cerca de 3.000 refugiados palestinos. Estes, em sua maioria crianças, idosos e mulheres, estavam nos campos de Sabra e Chatila e foram mortos pelos “falangistas” cristãos.

Os objetivos israelenses eram eliminar o risco de o norte do país ser alvo de mísseis e garantir Bashir Gemayel, líder cristão e aliado político, como presidente do Líbano. Em agosto, às portas de Beirute, enquanto o exército israelense aguardava o comando para entrar na cidade, os combatentes palestinos foram evacuados em navios para Tunísia. No mesmo período, Bashir Gemayel foi eleito presidente, mas logo depois foi assassinado numa explosão enquanto discursava no quartel falangista em Beirute.

Ao cair da noite, em represália, as milícias cristãs entraram nos campos de refugiados palestinos. Por dois dias inteiros foram ouvidos tiros incessantes vindos dessas regiões, iluminadas à noite pelos fogos de comunicação israelenses. O massacre só chegou ao fim quando mulheres sobreviventes se projetaram sobre as forças israelenses que cercavam a cidade e a imprensa internacional tomou conhecimento do fato.

Esses tristes acontecimentos estão documentados em Valsa com Bashir, do ponto de vista dos jovens soldados israelenses enviados para a guerra. A história se desenrola a partir de um encontro num bar entre Ari Folman, personagem principal do documentário, e um amigo. Ele conta a respeito de um sonho recorrente sobre o período do conflito. Porém o sonho, como todo sonho, era confuso, em flashes, e não fazia muito sentido. Outra coisa que o incomodava era o fato de não se recordar de qualquer episódio vivido por ele no durante a guerra do Líbano, por mais que se esforçasse. Aconselhado pelo amigo, Ari começa a contactar outros ex-combatentes, colegas seus, à procura das próprias lembranças.

Intercalando depoimentos, sonhos e as lembranças que vão emergindo de sua mente, Folman conta a história de forma cronológica e documenta não só os fatos mas também a construção de suas recordações.

Todas as cenas são feitas em animação – desde os sonhos até os ataques aéreos. Mesclando desenhos em 2D e 3D, utilizando traços de contornos grossos, marcantes e cores chapadas, a produção possui uma estética gráfica influenciada pelos quadrinhos de Art Spiegelman.

As cenas de guerra, coloridas, acompanhadas por uma forte trilha sonora punk - que lembra um ambiente psicodélico, ligadão -, são seguidas por outras com estética mais limpa, em que predominam cores frias, tons pastéis, quase sem ruídos – cenas que remetem à ressaca pós-droga. A maneira como os fatos são apresentados é uma viagem através das imagens marcantes dos desenhos, de onde, ao final, o espectador é despertado de forma definitiva (não vale contar o final do filme). É uma alusão ao choque de consciência resultante da tomada de conhecimento quanto aos fatos da guerra (e talvez das consequências do uso de drogas), fazendo um paralelo com o despertar das lembranças do próprio Ari Folman.

É uma verdadeira graphic novel, tão atrativa ao público jovem quanto as HQs. Segundo o próprio diretor – em sua entrevista para o Cahiers du Cinéma -, o objetivo era mesmo atrair a atenção dos mais jovens para o assunto, mas sem a idolatria à imagem do soldado poderoso e heroico, tão comum nos filmes estadunidenses. O objetivo era justamente o oposto: um documentário sobre a guerra, porém contra a guerra, contando inclusive as consequências dela nas vidas dos sobreviventes.

Como linguagem documental, o filme segue a vertente da participação do documentarista na história. Ele apresenta não só os fatos históricos de guerra (durante as narrativas dos combatentes) mas também estados de consciência e sonhos do protagonista/diretor. A utilização da linguagem animada é especialmente positiva nesses momentos, já que a expressividade de sensações encontra sintonia com o lirismo dos desenhos. A possibilidade surreal da animação merece destaque em dois momentos: durante a descrição de um estado de embriaguez de Folman, pouco depois do embarque dos soldados para o Líbano, onde ele se sente como que levado sobre a barriga de uma mulher através dos mares; e na cena da chegada a Beirute, em que um soldado israelense dança numa das ruas da cidade, disparando uma metralhadora, tendo o cartaz de Bashir Gemayel ao fundo. O documentário recebeu indicação para o Oscar 2009 e ganhou o Globo de Ouro e o Festival de Cannes – era o único concorrente longa em animação.

Quanto à utilização das técnicas de animação, Valsa com Bashir merece algumas ressalvas na exatidão da representação de alguns movimentos (um tanto duros), no timing, mas essas imperfeições não afetam ou diminuem a força das imagens, que parecem fazer parte de um estilo da direção de arte composto para a narrativa.

Ari Folman tem sido apontado erroneamente como o criador de um “subgênero de documentário”: o documentário animado. Assim como contar fatos através da animação é muito mais comum e antigo que o alcance da lembrança da maioria dos críticos de cinema, a animação enquanto linguagem não é subgênero de qualquer outro gênero de cinema tipo vida-real. Winson McCay já registrava em seus desenhos (1918) o naufrágio do Lusitânia, ocorrido em 1915, já que na época não havia registro de imagem real de acidentes.

A utilização de animação para retratar o mundo o imaginário ou lembranças é mais usual ainda. No Brasil temos dois exemplos marcantes: a sequência da lembrança da infância do personagem André (Lázaro Ramos), no filme O Homem que Copiava (2003), de Jorge Furtado, e a primeira cena da novela Bang Bang (Rede Globo, 2006), que contava um fato passado (o assassinato de uma família) que deu origem a uma vingança, conflito principal da trama.

O valor e o destaque a serem dados a Ari Folman devem-se ao fato de ele ter conseguido utilizar a animação de forma impactante, integrando forma, conteúdo e o meio (veículo), de maneira que sua mensagem pôde ser transmitida o mais completamente possível em termos narrativos e audiovisuais. E ele não teve pudores em escolher a linguagem da animação para alcançar seu objetivo.

Valsa com Bashir foi transformado em HQ, lançada no Brasil pela L&PM.

Palavras-chave: Documentário, Rotoscopia, Graphic Novel, Guerra

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O Meta Espetáculo: o corpo em A Pesar de Todo

 

Artigo Acadêmico
(indexado pela 1a. vez em 31/01/2013)


Autora: Eliane Gordeeff
Publicado em: Revista Estúdio, vol.3 (5): 37-42
Ano: 2012
País: Brasil

Resumo

O objetivo deste artigo é apresentar como uma obra de animação nos fornece imagens de profundo apelo emocional, através de sua materialidade. A obra em questão é o curta-metragem A Pesar de Todo (2003), do animador de stop motion uruguaio Walter Tournier, que em certos momentos propicia a semelhança de um espetáculo teatral, efeito produzido por uma falta de diegetização – onde o boneco “vive” no mesmo plano da realidade de seu animador. É um protesto contra a guerra.

Palavras-chave: Cinema, Animação, Stop Motion, Corporalidade, Materialidade, Teatro

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A Animação como Estratégia Narrativa em Dois Documentários Brasileiros

  

Artigo Acadêmico
(indexado pela 1a. vez em 31/01/2013)


Autora: India Mara Martins
InstituiçãoUFF em Tecnológico de Monterrey
Publicado em: Razón y Palabra - Cine Brasileño, n. 76, mayo - julio 2011.
Ano: 2011
País: Brasil

Resumo

O  objetivo deste artigo é investigar as estratégias narrativas utilizadas em dois recentes
documentários animados brasileiros: Botinada! A Origem do Punk no Brasil (Gastão
Moreira, 2006), e Dossiê Rê Bordosa (César Cabral, 2008). O primeiro apresenta um
estilo que mistura imagens de ação viva (live-action), material de arquivo e animação,
para representar situações cômicas relatadas pelos entrevistados. O segundo é realizado
totalmente em animação, utilizando a técnica de stop motion e se propõe a investigar o
que levou um dos maiores cartunistas brasileiros, Angeli, a "matar" a Rê Bordosa, uma
de suas mais importantes personagens. O filme também apresenta entrevistas, mas
apenas a fala dos entrevistados é referencial, já que sua imagem é representada por
bonecos que têm a estética dos cartoons de Angeli. 

Palavras-chave: Cinema, Documentário, Animação

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A Materialidade no Teatro de Animação

 

Dissertação de Mestrado
(indexado pela 1a. vez em 31/01/2013)


Autor: Francisco Guilherme de Oliveira Junior
InstituiçãoUniversidade de Brasília, UNB. Faculdade de Educação 
ProgramaPós-Graduação em Educação (Educação e Comunicação)
Orientador: Paulo Sérgio de Andrade Bareicha
Ano: 2009

País: Brasil

Resumo

Este estudo verifica e descreve como a materialidade se constitui no Teatro de Animação a partir da observação de duas montagens cênicas, A mala de Ofélia e Pode Ser ou Dá Na Mesma, uma voltada para o Teatro de Bonecos e a outra para o Teatro de Sombras. Os objetivos desta pesquisa são: a identificação dos elementos que compõem a materialidade do objeto animado seja ele o boneco ou a silhueta; a investigação de como esta materialidade está relacionada ao fazer teatral do ator bonequeiro, do ator manipulador e, por fim, ao jogo cênico. A Metodologia Triangular foi empregada nesta pesquisa em conjunto com os princípios da Observação Participante, daí o envolvimento do pesquisador com os grupos observados. Integrando os movimentos do Contextualizar arte, do Fazer arte e do Fruir arte, tanto às montagens analisadas como à produção desta Dissertação. O que possibilitou as seguintes conclusões: A materialidade se refere, em um primeiro momento, às qualidades expressivas dos materiais que compõem o boneco e as silhuetas, como um objeto concreto. O que distingue este objeto no Teatro de Animação é a sua intermediação no processo de comunicação entre o ator e o espectador e o fato de que, para isto, é necessário que o objeto seja imbuído do valor ânima, a partir de sua manipulação e das convenções que se estabelecem durante o jogo cênico, conferindo-lhe o status de personagem. Este Status de personagem insere a materialidade em outro patamar, posto que já não se trate apenas de uma qualidade referente ao material utilizado no objeto animado e sim a um conjunto de ações, que têm início com o bonequeiro no ato da construção deste objeto, ao eleger técnicas e materiais de confecção, perpassa pelo diálogo entre o objeto construído e o seu manipulador, a partir da escuta sensível e do princípio da reciprocidade, onde um corpo interage com o outro. Até o momento do jogo cênico quando o espectador se inclui como jogador. Assim, observou-se que a Materialidade no Teatro de Animação se constitui pela sobreposição de camadas e subcamadas de ordem materiais, formais e atitudinais. O primeiro grupo de camadas surge pela ação do bonequeiro no momento da construção do boneco. O segundo na relação estabelecida entre o ator e o objeto animado e a terceira camada com a instituição do jogo cênico, quando o espectador assume a condição de jogador.


Palavras-chaveTeatro de Bonecos Digitais, Materialidade, Teatro de Sombras

Abstract

This study verifies and describes how it is the materiality of the Animation Theater from the observation of two mounted scenic, “A mala de Ofélia” and “Pode Ser ou Dá Na Mesma”, facing one of the Puppetry Theater and the other for the Theater of Shadows. The objectives of this research are: the identification of the elements of the materiality of the object is animated it the puppet or the silhouette, the investigation of how this is related to the materiality of the theater of puppetry’s actor and the puppeteer, and finally the game scenic. The Triangular Method was used in this study together with the principles of Participant Observation, thus the researcher's involvement with the groups observed. Integrating the art movements of the context art, making art and enjoy art, both the mounted and analyzed the production of this Dissertation. What enabled the following conclusions: materiality refers, in a first moment, the expressive qualities of the materials that make up the puppet and the silhouettes, as a concrete object. What distinguishes this object in the Animation Theater is its intermediation in the process of communication between the actor and spectator and the fact that for this it is necessary that the object is embedded value of anima, from his manipulation of the conventions and that are established during the scenic game, giving it the status of character. This figure includes the status of materiality in another level, since it is no longer just a quality material used in referring to the animated object, but a set of actions, beginning with the of puppeteer upon the construction of this object, the choose techniques and materials of construction, permeates the dialogue between built object and its puppeteer from the sensitive listening and the principle of reciprocity, where a body interacts with the other. So far the game scenic, when the viewer is included as a player. It was found that the material in the Animation Theater is constituted by overlapping layers and sublayer of a material, formal and attitudinal. The first group of layers is by the action of puppeteer at the time of construction of the puppet. The second, in the relationship between the actor and the animated object and the third layer with the institution of the theatrical game, where the spectator assumes the condition of players.

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