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Caro Amante E Estudioso da Arte Animada

Estamos no nosso 3o. ano de constante alimentação do nosso animado index, AdA, onde tivemos o apoio da Professora Dra. Índia Martins (UFF),...

Found Foliage : Impressões Botânicas no Cinema Experimental

Dissertação de Mestrado

Nome: Pedro Augusto Souza Bezerra de Melo
Instituição: UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Programa: Programa de Pós-graduação em Comunicação
Orientador(a): Ângela Freire Prysthon
Co-orientador(a): Mariana Arruda Carneiro da Cunha
Ano: 2022
País: Brasil

Resumo
Esta dissertação de caráter ensaístico vincula-se aos debates ecológicos provocados por certa filosofia contemporânea crítica aos modos de vida e às dinâmicas catastróficas de produção social nas sociedades capitalistas ocidentais para propor, a partir de certa prática cinematográfica experimental, a elaboração de uma estética e uma ética ecológicas. Inspirados nas críticas do Antropoceno e do Capitaloceno, a partir de autores como Donna Haraway (2016a, 2016b), Alfred Crosby (2011), Nicholas Mirzoeff (2020) entre outros, apontamos alguns pontos que motivam tais críticas, como a relação de certo modo de vida ocidental com uma forma de pensamento e de ação predatórios sobre o mundo. Por outro lado, pomos em diálogo diferentes autores que propõem formas de estéticas não humanas, uma estética ecológica como regime de sensibilidade e prática artística, tais como Adrian Ivakhiv (2013) e Lucas de Castro Murari (2019). Nossa hipótese é de que o cinema, através de alguns filmes, é capaz de ir além do antropocentrismo e da atitude epistêmica que ele supõe. Para tanto, proponho a possibilidade de um engajamento não-antropocêntrico a partir de uma perspectiva ecológica em filmes experimentais, refletindo sobre como imagens em movimento podem articular dimensões éticas e estéticas que habilitam a possibilidade de descentrar o anthropos em favor da emergência de sensibilidades pertencentes a outros agentes. A expressão do título “found foliage” pretende retomar certo filão do cinema, os filmes de “found footage”, para remetê-lo às antigas práticas de ilustração botânica, como os Florilégios e os Herbários. Os dois filmes analisados aqui, The Garden of Earthly Delights (1981), de Stan Brakhage, e Phytography (2020), de Karel Doing, são vistos como exemplos de found foliage que vão além da mera nomeação de um gênero experimental por apresentar formas alternativas de produção que conjugam uma ecologia natural com uma ecologia do cinema. A fim de não se distanciar das propostas conceituais, éticas e estéticas dos autores, tentamos dialogar com suas próprias especulações a respeito do Untutored eye, em Stan Brakhage, e da técnica de Phytogram, em Karel Doing. Também é mobilizada a literatura crítica e teórica a respeito desses cineastas.

Palavras-chave: Comunicação, Cinema experimental, Estética ecológica, Cinema e ecologia, Dissertação

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