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Caro Amante E Estudioso da Arte Animada

Estamos no nosso 3o. ano de constante alimentação do nosso animado index, AdA, onde tivemos o apoio da Professora Dra. Índia Martins (UFF),...

Entre Continuidades e Rupturas: Uma Análise Discursiva da Figura da Princesa no Filme Valente

Dissertação de Mestrado

Nome: Carlos Eduardo de Freitas Barbosa
Instituição: UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Orientador: Evandra Grigoletto
Ano: 2021
País: Brasil

Resumo
Os contos de fadas fazem parte de uma longa tradição de histórias apresentadas para crianças. Provavelmente, todos tivemos contato com tais histórias em algum momento de nossa vida, seja por meio de livros ou pelos filmes que ganharam as telas do mundo. Partindo dessa suposição, perguntamo-nos se, após tantos anos, as histórias mudaram. Ou se seriam ainda histórias sobre princesas indefesas e heróis valentes. Nosso questionamento toma forma através dos chamados filmes de princesas da Disney, uma franquia bilionária que segue firme por décadas, expandido seu portifólio a cada ano. A partir disso, buscamos compreender se existe uma (res)significação da figura da princesa nos filmes da franquia, através da análise do filme Valente, de 2012. Nesse filme, somos apresentados a Merida, uma jovem princesa que não aceita as implicações que seu cargo da realeza e sua mãe impõem. Assim, ao tentar buscar um feitiço que mude as opiniões da rainha, a jovem a transforma em urso. Buscamos compreender, especialmente, a representação da figura da mulher nessa história: como, após tantos anos, a figura feminina se transformou e passou a ser representada nas histórias? Seria a mulher a princesa indefesa que sempre precisa ser salva, ou seria ela uma heroína que assume seu destino? Acreditamos que a figura da mulher nos contos de fadas aborda cada vez mais os ideais da nossa sociedade atual, incorporando os direitos das mulheres e sua autonomia, suprimindo a necessidade de um príncipe salvador. Estaríamos, então, presenciando o começo de uma nova geração de princesas? Partindo desses questionamentos, nosso trabalho objetivou analisar o discurso das figuras femininas do filme, ou seja, da princesa Merida e da rainha Elinor, de modo a entender em qual/quais formações discursivas as personagens inscrevem seus discursos e que posição sujeito ocupam. Junto a isso, trabalhamos as especificidades do audiovisual, analisando como a composição fílmica funciona na imbricação de materialidades significantes, e como se dá a tecedura e tessitura do discurso, buscando, assim, compreender se existe uma ruptura com a figura da princesa clássica nesse discurso do filme Valente. Para dar conta de tal objetivo, usamos da teoria da Análise do Discurso, que pensa o sujeito em sua relação com a história e a língua. Trabalhando com noções como sujeito, identificação e formações imaginárias, Tecedura e Tessitura, analisamos o discurso das personagens, pensando na materialidade singular do mundo cinematográfico e suas implicações. No que se refere ao percurso metodológico, seguimos um processo de recorte, criação de arquivo e seleção de sequências discursivas, as quais se encontram presentes nas análises e nos anexos. Como resultados, pudemos notar que, no discurso de Merida, outros discursos ecoam, sendo através deles que pautas sociais encontram lugar em seu dizer, fazendo com que a figura da mulher e sua autonomia sejam expressadas, tornando desnecessária a figura do príncipe. Entretanto, por mais que traga novos elementos, não podemos dizer que exista uma ruptura nesse discurso. O que notamos é a presença de um desejo de ruptura e uma contraidentificação de Merida com a posição de princesa que ocupa.

Palavras-chave: Discurso, Contraidentificação, Sujeito, Heroína, Contos de fadas, Dissertação

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